Poetas do inferno

Mandem buscar os poetas no inferno.
Porque aqui só reinam burocratas de terno.
Os poucos vivos estão enfermos.
Tragados pelos tempos sem arreios.

Tragam com eles poesias inéditas.
Porque os livros daqui as traças estragam,
inutilizados pela sociedade da informação,
Renegam o sentimento do poeta vagão.

No caminho, por favor, ateiem fogo no que preciso for.
Pra deixar o rastro de intenso fervor,
e pras belas mulheres, é claro, deem uma flor

Poetas do inferno vocês podem sair.
Porque o capeta de verdade
está por aqui.